sábado, 7 de junho de 2014

Menina, acorda!

Eu sei que não é fácil. Quem nasce sentimental desse jeito, sofre um bocado pra entrar nos trilhos desse mundo. E ainda mais agora, que você está achando que vai morrer sem o tal do cara perfeito do lado. Olha eu tenho uma coisa muito boa pra te dizer: você não vai morrer! Essa não foi a primeira vez que você chorou por alguém, e sinto muito te dizer, não vai ser a última. Eu sei, você está falando "eu nunca mais vou me apaixonar de novo", mas eu queria te dizer que isso é uma afirmação que nunca vai se cumprir, pois sempre vamos amar de novo, mesmo que o último "amor" tenha sido um desastre total.

Menina, acorda! Você ainda vai quebrar a cara umas dez vezes depois dessa. Eu sei que você acha que não, mas vai. Vai porque pessoas sentimentais demoram pra aprender o seu devido valor, mas também quando aprendem... Ah, quando aprendem! Depois que você percebe o valor que tem, você não se deixa abalar por qualquer coisa não. E se antes você fazia uma festa por causa de uma simples mensagem inocente, hoje você precisa ver gente movendo montanhas por você! E olha, isso não é egoísmo, e muito menos "esperar demais" do outro. Vem aqui, que vou te contar um segredo.

Amar vai muito além de dizer "eu te amo" (e eu sei que você já sabe disso), mas eu quero dizer que você vai precisar de muito mais que isso pra entregar seu coração pra outra pessoa. Amar é compreensão mútua, é respeito pelo outro, é carinho na hora certa, é fazer um bem fora do normal- sem esforço. Amar é felicidade desmedida! E não isso que você acha que viveu! Porque eu sei que a parte mais ridícula de estar apaixonada (ou amando alguém) é isso de "achar que viveu alguma coisa relevante", quando na verdade você amou por você e por ele. Eu sei que você tentou relevar, dar um jeito, consertar e fazer mil reconciliações, mas chega uma hora que não dá mais. É impossível você ser completa realizando duas funções, ainda mais quando essa função é amar outra pessoa.

Menina, acorda! Ele já se refez dez vezes depois da última conversa que vocês tiveram. Ele nem lembra mais qual é o seu livro preferido e muito menos se você gosta de vinho doce ou seco... E você ainda continua aí, nesse estado de sei-lá-o-que. Mas olha, eu te entendo viu? Nós temos um processo lento (muito lento, por sinal), pra entender que acabou e que foi melhor assim. No começo, você quer explicações! Você tenta de todas as maneiras possíveis encontrar explicação pra uma coisa que sempre esteve na sua cara e você nunca quis enxergar: esse amor já começou com o prazo de validade vencido. Depois, de tanto você rever as  coisas que vocês viveram juntos, você começa a achar que a culpa é sua e ponto final! "Ah, mas eu não fiz isso"/ "Ah, mas eu fui muito ciumenta". Tem uma coisa que eu quero te lembrar: ninguém vive um relacionamento sozinha, viu? E se você errou em algum momento, a outra parte também errou. Para de se culpar por uma coisa que, às vezes, você não teve culpa nenhuma. Depois disso, vem a parte que você culpa o outro. E não tem parte mais triste que essa. Você começa a desejar o mal da pessoa que até alguns dias atrás, você jurava ser o amor da sua vida, e começa a achar normal. Por favor, né? Para de desejar coisas ruins pra ele, porque tudo volta pra você um dia. E claro, por último, mas não menos importante, surge a fase do "estou feliz da vida sem você". Essa é a parte mais engraçada (e triste). Você começa a achar que tem que mostrar pra ele que você superou e está bem! Começa a mentir pra ele, pro mundo, e o pior, pra você mesma. Eu queria te falar que isso não adianta. Ou você está bem de verdade, ou nem precisa mentir, por favor!

Mas passado todo esse trauma de final de relacionamento, eu quero que você saiba de uma coisa: amor próprio não mata e faz um bem danado. Eu não canso de falar sobre o amor próprio, porque acho que ele é o amor que a gente sempre tenta enxergar no outro, sem antes conseguir viver ele. Sabe, sou do time que acha que pra você ser feliz com alguém, primeiro você precisa estar feliz demais sozinha, pra que depois você tenha capacidade de entregar seu coração na mão de outra pessoa. E por mais banal e clichê que isso possa parecer, eu te digo: NÃO É CLICHÊ! Não é clichê porque nós temos uma dificuldade imensa em ter o tal do amor próprio. Porque parece que é mais fácil fazer juras de amor pro fulano, do que se amar antes de tudo. Porque parece que o fulano é tão melhor que você, que talvez ele mereça mais esse amor... E isso é triste, é digno de pena. Você está me entendendo? O amor próprio é uma das coisas mais importantes que você tem na vida, e é o amor que você fica procurando em um e em outro, mas nunca encontra. Mas calma, calma que você vai encontrar o amor próprio! Eu não tenho receita e nem remédio pra isso (ainda), mas você vai acordar um dia e vai estar tão bem, que nesse dia, você vai lembrar de mim e desse texto enorme. E todas essas coisas que eu te disse agora, irão fazer sentido pra você!