Alguém aí já comeu miojo? Daqueles que ficam prontos em três
minutos no micro-ondas. Já comeu né? Você acha que miojo é igual o amor? Acho
que não, né? Fiquei pensando sobre isso depois de fazer um balanço sobre tudo que
aconteceu/não aconteceu na minha vida e na vida de alguns amigos (porque claro
que temos que usar os amigos para escrever textos também). Mas o ponto que eu
quero chegar, são os amores instantâneos. E esse “instantâneo” não tem o
sentido bonito dos filmes que a gente assiste por aí.
Depois do meu balanço cheguei à conclusão de que mais da
metade dos amores que estão fazendo declarações por aí, são instantâneos e
podem ser desfeitos em um ou dois dias, ou quem sabe, em duas ou três palavras
no WhatsApp. Longe de mim chamar alguém de precipitado ou apressado, mas sabe
quando você sabe que a pessoa vai quebrar a cara, pelo simples fato de não ter
pensado e refletido bem? Amores impulsivos nunca dão certo (levanto essa
bandeira por experiência própria). É como se a regra fosse “você não deve ficar
sozinho! De jeito nenhum!”. E aí vem a tia perguntando dos namoradinhos, as
declarações de amor no facebook alheio, e você fica pensando que o problema
deve ser você mesmo. PARA! Quero te dizer que o problema não é você!
O problema não é você! Nem você nem eu, temos culpa das
pessoas precipitadas e afobadas que circulam por esse mundo. Por mais incrível
que pareça, não é pecado passar anos solteira (o), não namorar, não querer ou
até se achar imaturo demais pra isso. Pecado é você depender de outra pessoa
pra ser feliz, e colocar toda a sua felicidade nas mãos dela! Isso é pecado (ou
pelo menos deveria ser). Sempre que alguém me pergunta porque eu não namoro, eu
falo que a pessoa certa não apareceu. Mas depois de ver alguns relacionamentos
por aí, cheguei a uma conclusão mais madura: eu preciso ser feliz sozinha! Acho
que carrego essa conclusão comigo desde sempre, e se eu pudesse te dar um
conselho seria isso! Seja feliz sozinha primeiro, ame estar com você mesma, e
depois, quem sabe, você vai encontrar alguém a sua altura.
Uma vez, li que “nós só temos o amor que achamos que
merecemos”, e demorei um certo tempo pra aceitar isso. Lembro que na época eu
estava perdidamente apaixonada por algum babaca da época de escola, e eu não
conseguia entender esse “amor que eu acho que mereço”. Hoje, depois de muitas
águas passadas – isso é um ditado? – eu acho que entendo melhor isso. Essa
história de que você tem que se amar imensamente pra que alguém também sinta o
mesmo por você, essa história de não aceitar o mínimo de ninguém, essa história
de não ficar arrumando desculpas pras grosserias e mal jeitos do outro... Tudo
isso tem a ver com a tal frase que eu li.
Sabe, o mundo não vai acabar amanhã! Você pode ter paciência
para assumir um relacionamento com alguém. Marte não vai colidir com a Terra se
você falar pra outra pessoa que “ainda é cedo, e que o amor não nasce desse
jeito”. Essa teoria que inventam ou colocaram na sua cabeça, de que “dois
corações partidos juntos dão certo” (ou algo assim), é mentira! É mentira
porque o amor nasce de dois corações que estão muito bem, obrigada. Amor não
nasce na pressa, só porque todo mundo ama. Amor não nasce para curar carência,
ou para cumprir convenção social. Amor não é feito miojo que dentro de três
minutos está pronto.