segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Desculpa.

Desculpa a falta de jeito, a falta de confiança e tudo que faltou pra gente dar certo. Desculpa por desconfiar de cada palavra que você me falava, e de gritar que era tudo mentira. Eu te falei que tenho problema no coração. Não consigo confiar em ninguém, e com você não foi/e nem poderia ser diferente.

Desculpa jogar seu sentimento pela janela, toda vez que você atravessava meio mundo pra vim me dizer que você me amava mais que tudo. Desculpa! Desculpa pelas vezes que eu fiz cena a toa, e acabei com todas as nossas chances. Sou meio atrapalhada, afobada, desesperada e não consegui lidar com você e com todo o seu clichê bonito.

Desculpa por não aceitar me jogar de um penhasco com você ou por não poder viajar pela América Latina nas férias de Julho. Olha, o problema não é você, sou eu. Lembra que eu tenho problema no coração? Desculpa por ter colocado seus sentimentos à prova tantas vezes, e por não ter acreditado em nenhuma das coisas que você me disse. Desculpa!

Desculpa por não amar bonito, feito esses textos que você gosta tanto de ler por aí... Vi a nossa história na boca do Gabito Nunes, do Frederico Elboni e até do Hugo Rodrigues, mas era em todos aqueles textos que eles se despedem da pessoa amada e falam até-logo-meu-bem. Vi a nossa história naquela novela que a carta-não-chegou-a-tempo e até naquele filme que a princesa desistiu de ser feliz por medo. Existe esse filme? Tem que existir! Se não existir, eles podem pegar o nosso enredo.

Desculpa por não ter insistido mais, por não ter feito um mega barraco quando eu morri de ciúmes da sua viagem. [Insira aqui um palavrão], eu não consigo ser a pessoa neurótica da relação, que senta pra falar que não está gostando de alguma coisa (por mais que eu sinta vontade de fazer isso). Eu simplesmente me afasto, e vou embora. Eu sei, eu devo ser covarde mesmo, e daí? Freud deve explicar essa minha mania de fugir de tudo e de todos quando eu estou irritada com alguma coisa. Porque eu fiquei irritada com você no começo-do-fim. Eu quis bater na sua porta e perguntar se você tinha algum problema mental ou se era só mentiroso mesmo. Perguntar onde você tinha queimado o que dizia sentir por mim (mesmo que não dê pra queimar os sentimentos literalmente), e tudo mais que construiu, enquanto eu falava que isso-não-ia-dar-em-nada.

Desculpa pela complicação na sua vida, e pelo fato de você precisar ter uma bola de cristal pra adivinhar o que eu sentia por você. Eu nunca disse nada, mas eu senti muito carinho por você. Senti muito, perder você por medo e por ciúmes que até hoje eu não comprovei se tinham fundamento. Senti muito, por não poder fazer tudo que você queria que eu fizesse na sua vida. Eu acreditava pouco, sentia muito, não dizia nada... Desculpa pelo meu silêncio, e por não ter dado tchau, da última vez que a gente se encontrou.